terça-feira, 18 de março de 2008

O Império Romano

Esse novo império que surge, se estenderia por uma região antes totalmente influenciada pela cultura grega e continuaria a se expandir até o norte da África.
Por isso podemos considerar Roma como um Estado sucessor do helenismo, mas sua história começa bem antes de Alexandre, o Grande, depois que os etruscos foram expulsos em 510 aC.


Roma era uma república, e a mudança que implica seu impacto na História foi a expansão do poder romano que nos seus tempos republicanos chegou a englobar todo o mundo mediterrâneo num sistema de denominação (democrático) que molda até hoje grande parte da nossa vida.


O INICIO DA REPÚBLICA

Nos primeiros séculos de república houveram violentas lutas políticas porque os cidadãos mais pobres queriam participar do poder das famílias mais ricas, ou seja, os patrícios que dominavam o corpo principal do governo.

E essas lutas continuaram porem sem causar grande danos a república.

Durante muito tempo o romano típico era o pequeno proprietário de terra, e somente no século IIaC é que se tornaram comuns as grandes propriedades.

Porque o sucesso de Roma?
Esse sucesso romano se deu construído sobre algumas vantagens. A posição estratégica da cidade ajudou e outro fator foi seu efetivo militar, porque cada pessoa do sexo masculino que fosse proprietário era obrigado a servir o exército e isso criou o maior aparato militar que o mundo já tinha visto até então.


AS GUERRAS PÚNICAS

Cartago, fundada pelos fenícios (lembrar que eram excelentes comerciantes que criaram postos de comercio por todo mediterrâneo) era uma cidade rica e se tornara uma ameaça permanente as cidades litorâneas da Itália e ao comércio de seus portos.

Afinal, aconteceram 3 Guerras Púnicas, que tem esse nome porque os fenícios, na língua latina, eram chamados de "púnicos", entre Cartago x Roma

A primeira em 241aC terminou com os cartagineses tendo que desistir da Sicilia e com os romanos assumindo também o controle de Córsiga e Sardenha, que foram para eles seus primeiros territórios além mar.

Antes ainda da Segunda Guerra Púnica, os cartagineses então se estabeleceram na Espanha e fundaram uma Nova Cartago. E começaram a crescer, cada vez mais atacando as poucas cidades independentes que existiam na costa espanhola.

Os romanos já começavam a ficar alarmados com essa extensão do poder cartaginense, quando liderados por Aníbal, seu Grande General, o exercito de Cartago, que incluíam até elefantes, marcharam em direção a Itália.

Mas em 12 anos de guerra os cartaginenses acabaram expulsos, mas fizeram de Aníbal (perseguido e morto por Cipião na África) o grande opositor de Roma nesse momento sa História, e os cartagineses então foram forçados a fazer as pazes, mas muitos romanos ainda os temiam

Então, em 149aC, acontece a Terceira Guerra Púnica, encerrada com derrota total dos cartagineses que tiveram todas as suas cidades destruídas e depois o imperador romano ainda ordenou que se passasse arado pelo local para que nada mais crescesse ali.

Com o final das Guerras Púnicas, os romanos se concientizaram de que suas conquistas poderiam ser rentáveis.

Em 200aC Atenas e o rei Pérgamo apelaram diretamente para a ajuda de Roma contra a Macedônia e os selêucidas, e foi crucial: A Macedônia foi derrotada e as cidades gregas reduzidas a vassalagem.

O norte da Espanha e o sul da França foram conquistados no século seguinte.

Tratava-se de uma história de surpreendente sucesso que beneficiou não apenas Roma e os conquistados, que pagaram um alto preço, mas também a república.


A DECADÊNCIA DA REPÚBLICA

Os romanos gostavam de manter as antigas tradições na maneira de fazer as coisas e em grande parte a religião romana era uma maneira de fazer com que as coisas se realizassem de uma maneira apropriada.

Após as Guerras Púnicas, Roma enriquecera não apenas por causa dos saques e dos escravos obtidos, mas também porque sua população de pobres se beneficiou de tudo isso indiretamente.

Com as taxas cobradas às novas províncias anexadas, os impostos internos de Roma diminuíram e isso influenciava diretamente na população. Passou-se então a realização de jogos para divertir a população e parte dessa nova riqueza também foi usada para embelezar Roma.


A PAX ROMANA

Esse poder romano trouxe paz por períodos mais longos, e com isso as diferentes culturas que conviviam ali trouxeram cada uma sua própria contribuição para o todo cosmopolita.

Em 58aC Roma anexa o Chipre aos seus domínios, e nos anos seguintes, Júlio César, um jovem político assumiu o comando dos exércitos romanos na Gália Transpaldina (França) e acabou com a independência dos bárbaros celtas dali.
Nessa época, a república estava prestes a desaparecer.

Porque?
Já se sugeriu o motivo do colapso, mas a maneira pelas quais as coisas aconteceram devem-semais aos indivíduos do que ao acaso.

Bom, as guerras ao leste projetavam cada vez mais lideres militares com ambições políticas, e nesse momento a extensão da cidadania romana já se estendia por toda a Itália não havendo sentido mais que as assembleias populares fossem realizadas somente em Roma.

Por volta de 100aC, problemas na África e na Gália provocaram a concessão de poderes excepcionais aos generais que eram políticos em Roma e eles usaram isso contra os seus oponentes da república.

Nessa época, Roma se tornou um lugar perigoso. A intriga e a oposição somaram-se a assassinatos e a fúria do povo. Começou-se a temer o surgimento de um ditador, e ele surgiu. Era Júlio César, o Conquistador da Gália.

Júlio César conseguiu reunir vários fatores a seu favor que o levaram a isso:

Ele havia passado 7 anos com os exércitos na Gália, o que o afastou das intrigas e corrupções politicas de Roma. Ficara muito rico em sua campanha militar, e tinha grande lealdade do seu exército.

César sempre foi uma figura fascinante. Sua reputação oscila entre a de um herói e a de um vilão. Possuía grandes qualidades de liderança, sangue frio e paciente determinação. Ficou pouco tempo no comando e acabou morto na mão de seus inimigos =O


O FIM DA REPÚBLICA

Em 49aC César surpreendeu: alegando defender a república contra seus inimigos, cometeu um ato ilegal ao atravessar o Rio Rubião, limite de sua província e marchar com o exército sobre Roma. Durante quatro anos fez campanha na África, Espanha e no Egito.

Organizou cuidadosamente o seu apoio político no Senado e foi transformado em ditador vitalício.

Mas alguns romanos temiam que César pudesse restabelecer a monarquia. Afinal, seus inimigos se reuniram e em 44aC ele foi assassinado.

E como andava a República nesses tempos?

A república ainda estava presente, mas as mudanças que César efetuara em direção a um poder centralizado foram deixadas intactas. Mais tarde então o seu sobrinho e neto herdeiro Otaviano ( que se transformou depois em César Augusto ) assumiu, deixou claro que essa mudança [república - poder centralizado] seria irreversível, e assim começou o chamado Império Romano.


OTAVIANO.

Bom, a primeira providência de Otaviano foi aniquilar os políticos que haviam assassinado César. Utilizando a lealdade dos soldados do Tio-avô Júlia César, Otaviano usou seu poder cuidadosamente dando ao senado uma capa de respeitabilidade republicana a todos os seus atos.

Formalmente ele era apenas o Imperador (título que significava o comandante das tropas), mas foi eleito cônsul ( o mais importante cargo executivo da república ), tentando fazer-se assim aliado do povo.

Com o passar do tempo recebeu o título honorário de Augusto e como César Augusto passou para a História.

Seu poder cresceu cada vez mais com os encargos e as honrarias, mas ele nunca deixou de insistir que tudo aquilo acontecia nos moldes da antiga republica. Seu título era de "princips" e não de "rei". Esperto ele ou não?

César Augusto apoiava-se cada vez mais no poder que possuía sobre os exércitos e organizou o primeiro regimento a servir na capital. A Guarda Pretoriana.

Ele morreu em 14dC e foi declarado como um "deus" como acontecera com Júlio César.

Depois de sua morte, estabeleceu-se um novo rumo para o Estado Romano.

Este seria governado no futuro por monarcas, embora dependessem do exército e precisassem agradá-lo.

Augusto foi sepultado como grande portador da paz e restaurador dos antigos costumes romanos. Tibério foi seu sucessor e nenhum dos três Césares que vieram depois tiveram uma morte natural. Há quem suspeite que nem Tibério escapou. O império traria grandes realizações e expandiria ainda mais o domínio romano, mas também acabaria fracassando.


RESUMÃO:

O que vale lembrar de importante em tudo isso é que Roma, nasceu sobre a forma de uma república mas que depois transitoriamente e com muita inteligência maestrada inicialmente por Júlio César e depois por seu neto Otaviano, encaminho-se para uma monarquia "disfarçada" onde Otaviano utilizou-se de diversas artimanhas e recursos por exemplo nunca assumindo o título de "rei" para literalmente enganar os romanos, o que não aconteceu com todos.

É nesse fato, de que nem todos gostariam dessa mudança republica-monarquia, que podemos encontrar explicação para o assassinato dos quatro!! próximos imperadores depois de Otaviano. Esses assassinatos eram todos articulados e planejados por esses opositores que queriam manter a república em Roma.

É legal lembrar que durante o governo de Júlio Cesar, Roma era uma democracia, e depois já sobre o governo de Otaviano tornou-se uma monarquia "disfarçada" sobre forma de democracia, o que depois de sua morte já não pode mais ser sustentado e surge então o Império Romano.

Sobre as Guerras Púnicas é interessante ver a importância que elas tiveram sobre o povo romano. Foi com a riqueza adquirida com essas conquistas que Roma pode entreter sua população, embelezar a cidade e o mais importante, percebeu como as conquistas são rentosas.

Cartago deu trabalho pra Roma em muitos sentidos, e é legal observar como um povo antes totalmente voltado para o comércio como eram os fenícios, criam em certo momento da História um exército tão completo e eficiente tendo até elefantes e tem um general tao audacioso como Aníbal. Existe uma historia que diz que o pai de Aníbal no leito de morte o fez prometer que nunca se tornaria "amigo" de Roma. E ele cumpriu muito bem sua promessa, mas acabou sendo derrotado.

Na minha opinião, os romanos criaram seu exército enorme e responsável pelo alcance que um dia o império teria sobre uma democracia interessante onde os proprietarios de terra, e não os pobres, eram obrigados a servir o exército.

Na teoria era muito interessante esse fato e poderia ter funcionado, não fosse as ambições de Júlio César em centralizar o poder. E agora? Ele foi o vilão ou o herói? Na minha opinião, vilão porque eu acredito que essa democracia que ele destruiu poderia junto com o senado (se esse não fosse já, desde aquela época tão corruptível) ter dado melhor futuro e rumo a Roma, mas há desde aqueles tempos mesmo que discorde. Não gosto de imaginar tanto poder nas mãos de um homem só, porque existem homens muito ignorantes, e não é difícil entender meu pensamento. É só olhar nos nossos dias de hoje exemplo como Bush e Chaves.


O IMPÉRIO ROMANO

Ficou provado que se a sucessão não fosse passada de uma forma tranquila, o poder ficava com o exército, geralmente com a Guarda Petroriana. Nesse período, em um ano Roma teve 4 imperadores, o que ficou conhecido como Ano dos Quatro Imperadores.

Com o Império, o senado perdeu sua função principal e só podia fazer manobras e intrigas, mas em ultima instância não podia derrotar os soldados.

No final do ano dos Quatro Imperadores, surgiu um bom imperador: Vespasiano, cujo maior defeito era a avareza.

Com a cosmopolidade de Roma nesse momento, ser romano não significava mais ser nascido num determinado lugar, mas sim pertencer a uma determinada civilização.


AS FRONTEIRAS - A PÁRTIA E A PÉRSIA

Em 92aC um exército romano alcançara o Eufrates. Pela primeira vez a república entrava em contato direto com os partos, povos que desempenhariam um papel importante nos negócios romanos nos três séculos seguintes.

Quase quarenta anos depois isso se tornou bastante óbvio quando o exército romano invadiu a mesopotâmia e em poucas semanas foi exterminado, num dos maiores desastres militares da Historia romana.

Os partos estavam estabelecidos na "Rota da Seda" da China. Ao longo do tempo isso traria riqueza aos reis partos (muito habilidosos na luta com cavalos fingiam que estavam recuando e voltavam para atirar flechas enquanto se retiravam a galope)

Eles viviam ali primeiro sob o domínio persa, depois sobre o domínio seleucida e decidiram lutar para estabelecer o seu próprio. Foi o início do Reino Independente da Partia, que duraria 500 anos.

No entanto é provável que a Partia primitiva parecesse mais uma colisão de grandes nobres que traziam os seus contingentes de seguidores para o exército do seu chefe supremo, do que um Estado centralizado e bem organizado. Contudo, na época em que os romanos o enfrentaram, o exército parto era uma formidável máquina.

Além dos formidáveis arqueiros montados, eles possuíam uma arma que faltava aos romanos: os pesados cavaleiros com armaduras chamados "catafrotes" cujas montarias assim como eles usavam cotas de malhas.

Roma e Partia sempre lutaram pela Armênia, no sul da Anatólia, cada um com uma vitória. Por volta de 225dC o último rei parto foi assassinado por seu vassalo que governava "Fars" ou Pérsia, chamado Ardashir.

Os descendentes de Ardashir foram reviver o esplendor e a grandeza dos aquenidas e restaurariam a supremacia persa em grande parte do Oriente Próximo.

O Império Persa Sassanida (assim denominado em homenagem a Sassã, antepassado de Ardachir) se tornaria o maior antagonista de Roma.

Ardashir reivindicou todas as terras governadas por Dario, o maior dos aquemenidas.

Os longos reinados dos persas (trocaram 6 vezes de governo durante cerca de 600 anos enquanto Roma teve 35 imperadores) deram-lhe vantagens.

Estas duas grandes potencias jamais conviveram bem.


OS LINDES DA EUROPA

Na Europa as coisas eram muito diferentes. Lá viviam os povos "germânicos" com quem os romanos frequentemente guerreavam e eram inimigos perigosos.

Augusto queria entender os limites até Elba, mas ficou claro que isso seria impossível quando 3 legiões foram inteiramente dizimadas numa derrota que afetou tanto o moral romano que os componentes das legiões destruídas nunca mais tiveram permissão de atuar no exército.

Devido ao problema representado por esses povos, criou-se uma elaborada fronteira, ou o Lindes, como os romanos os chamavam.

De um lado da fronteira havia a ordem e as leis romanas, mercados prósperos, belas cidades, em resumo, uma civilização.

Do outro ficava uma sociedade tribal, atraso técnico, analfabetismo e barbárie.

Em Roma em geral haviam 28 legiões, com um total de 180.000 homens todos servindo ao longo das fronteiras ou províncias distantes como Espanha e Egito. As estradas permitiam recolocar as legiões de acordo com as necessidades e de uma maneira ágil.

A PRESSÃO DOS BÁRBAROS

Pouco depois de 200aC os povos germânicos pressionavam cada vez mais as fronteiras, querendo atravessá-las para se estabelecer nas terras do império alguns sem dúvida atraída pela civilização e pela riqueza, mas também estavam sendo pressionados por outros povos do oriente por mudanças quer políticas, quer naturais.

Um tipo de manobra estava acontecendo e no final os povos germânicos foram levados a avançar pelas fronteiras romanas.

Foi uma época terrível para Roma. Enquanto aconteciam as investidas bárbaras, se iniciava um novo período de guerra civil, bem como a disputa de sucessões.

Vários imperadores foram mortos por suas próprias tropas. Em Roma o povo sofria com impostos esmagadores, recessão econômica e inflação elevada.


DIOCLECIANO E CONSTANTINO

No fim do século III, a sorte de Roma mudou com a ascensão de uma série de imperadores capazes. O primeiro a mudar o curso dos acontecimentos foi Aureliano - O restaurador do Império Romano, como o cenário o intitulou, embora ele fosse assassinado quando estava prestes a invadir a Pérsia.

Quase 10 anos depois de sua morte, Diocleciano assumiu o trono e não apenas recriou o antigo poder e glória do império, mas na verdade transformou o seu funcionamento. Ele se considerava um Deus, sustentando sozinho um mundo civilizado.
Diocleciano abriu o caminho para a divisão do império em duas partes, a oriental e a ocidental que seguiram caminhos distintos.

Roma unira boa parte do império de Alexandre, no oriente helenizado ao mundo grego oriental. Embora houvesse diferenças visíveis foi só no difícil século III que as tensões surgiram.

Começou a parecer impossível lidar com os problemas do ocidente, quando os recursos do oriente mais rico eram necessários contra os bárbaros e os persas.

Diocleciano dividiu então o império. Indicou um co-imperador para o império ocidental, que como ele recebeu o título de Augusto. As pequenas forças remanescentes do senado desapareceram. Agora ser senador era apenas uma honra.

O recrutamento obrigatório foi restituído e logo havia cerca de 500.000 homens servindo as armas.

Esse arranjo ajudou durante um certo tempo, mas tinha suas próprias fraquezas. Um exército maior significa imposto mais pesados para a população. Diocleciano e o co-imperador renunciaram em 305dC e seus sucessores voltaram a tentar governar Roma como um todo.

Em 303dC Diocleciano lançou a última perseguição ao cristianismo.

Paradoxalmente o cristianismo iniciara o seu primeiro triunfo mundial, graças a obra do imperador que pode ser considerado o mais importante de todos: Constantino

Em 306dC ele foi sagrado imperador pelo exército em Yak e em 324dC reunificou o império depois de uma década de guerra civil.

Logo decidiu ver se o Deus dos cristãos o ajudaria. Não há motivos para duvidar de suas convicções religiosas nem de sua sinceridade. Ele acreditava e venerava o Deus-Sol, cujo culto era associado ao do imperador.

Em 312dC as vésperas de uma importante batalha e com o resultado do que ele acreditava ser uma visão ordenou os soldados que colocassem nos seus escudos uma monograma cristão, para mostrar respeito pelo Deus cristão. Ganhou a batalha.

Pouco depois a tolerância e o fervor imperial voltaram a ser estendidos para o cristianismo e o imperador começou cada vez mais a participar dos assuntos da igreja.

Por fim, embora nunca repudiasse formalmente as religiões e cultos antigos, declarou-se cristão. Constantino só foi batizado no leito de morte mas presidiu em Nicéia o primeiro conselho ecumênico da igreja, freqüentado por bispos de todo o mundo cristão.

Estabeleceu-se nesse Conselho as tradições que durariam até o século XVI de que os imperadores desfrutavam de uma autoridade religiosa especial.

Outro legado do imperador foi decidir estabelecer a capital do império em Bizâncio, antiga colônia grega na entrada do mar negro que ficaria conhecida como Constantinopla.

Queria construir ali uma cidade que rivalizasse com Roma, porém livre da mancha das religiões pagãs. Por mil anos ela permaneceria como capital imperial e foco da diplomacia européia por mais de 500 anos.

Porém, foi ao tornar o império romano cristão que Constantino moldou mais profundamente o futuro. Sem saber estava fundando a Europa Cristã.

Aos poucos Constantinopla chegou a rivalizar com Roma e ate mesmo sobrepuja-la. Mas importante ainda o cristianismo ajudou a separar duas regiões: O Ocidente falando latim, com duas grandes comunidades cristãs: uma romana (presidida pelo bispo, o papa de Roma) e outra africana e as que falavam grego da Ásia Menor, Síria e Egito.

O FIM DO IMPÉRIO ROMANO NO OCIDENTE

Os filhos de Constantino dominaram o império até 361dC. Pouco depois ele foi dividido outra vez entre co-imperadores e apenas mais uma vez o oriente e ocidente foram governados por um mesmo homem, o imperador Teodósio, que em 380 proibiu o culto aos antigos deuses, assim colocando toda a força do império no cristianismo e com efeito rompendo com o velho passado romano. Mas nessa época a situação do ocidente desmoronava rapidamente.

O oriente era mais populoso, podia se sustentar, arrecadar mais taxas e mais recrutas. O ocidente ficou mais pobre, dependendo de importar milho da África e no final de recrutas bárbaros para sua defesa. Por volta de 500dC, o império ocidental desaparecera. Não que a sociedade fosse de repente engolida por um terremoto. O que desapareceu foi a máquina governamental, o Estado romano do ocidente. No século IV a administração do império ocidente se tornou inviável. Nenhuma nova conquista foi feita para ajudar a pagar a defesa. Com o aumento das taxas muitas pessoas deixaram as cidades e procuraram viver no campo. Dinheiro significava um exército mais pobre e isso significava maior dependência de mercenários bárbaros, o que custava mais dinheiro.

No último quarto do século IV, os hunos (um povo nômade da Ásia que pressionou os germânicos ) particularmente agressivos atacaram os godos que viviam as margens do mar negro além da fronteira romana. Quando o império oriental destruiu o assentamento pacífico dos refugiados dentro da fronteira um desses povos, os visigodos voltaram-se contra os romanos.

Em 378 mataram o imperador de Adrianópolis e logo isolaram Constantinopla do ocidente por terra, enquanto tomavam cada vez mais o território imperial. Poucos anos depois eles se deslocaram rumo a Itália, mas foram detidos por um general vândalo (tipo de povo) a serviço do império.

A partir de 406 o império empregava as tribos bárbaras como "confederados" bárbaros que não era possível impor resistência mas que poderiam ser persuadidos a ajudar.

Foi o melhor que o império do oriente pode fazer para se defender mas logo se mostrou ineficiente. Em breve os povos bárbaros ocuparam todo o ocidente latino.

Em 410 a própria Roma foi saqueada pelo godos, evento tão apavorante que levou Santo Agostinho, um bispo africano e um dos patriarcas da igreja, a escrever um livro que se tornaria uma das obras primas da literatura cristã: a cidade de Deus, para explicar como Deus permitiria que tal coisa acontecesse.

Eventualmente os visigodos chegaram até o sudoeste da França, antes de fazerem uma aliança com o imperador que os persuadiu a ajudá-lo a lidar com outro povo bárbaro, os vândalos, que na época haviam invadido a Espanha.

Os visigodos acabaram expulsando os vândalos através do Estreito de Gibraltar para se estabelecerem no norte da África, construindo a sua capital em Cartago, de onde atravessariam o mediterrâneo para em 455 saquear Roma pela segunda vez.

Por mais terrível que tenha sido esse ataque, a perda da África foi mais séria.

A base econômica do império ocidental agora encolhera para pouco mais do que parte da Itália. É difícil dizer exatamente quando o império ocidental deixou de existir.

Quando os hunos a final foram expulsos do ocidente, o exército romano era constituído de bárbaros visigodos, francos, celtas e borgonheses.

Em 476 outro rei bárbaro matou o ultimo imperador do ocidente e foi reconhecido com o título de "patrício" pelo imperador do oriente.

Sob toda realidade, o império ocidental fora substituído por um certo numero de reinos germânicos

Em geral o ano de 476 é reconhecido como o final da História de um império que começou com Augusto. Mas não há finais simples na História, e muitos bárbaros (alguns na época foram educados pelos romanos) se viam como os novos guardiões da autoridade romana que persistiu. Ainda consideravam o imperador em Constantinopla como o seu maior soberano.

MUDANÇA E CONTINUIDADE

Por volta do século V muitos desses povos invasores haviam adotado hábitos romanos. Alguns até mesmo se tornaram cristãos. Apenas nas Ilhas Britânicas os bárbaros esqueceram quase completamente o passado romano.
Assim a população não terminara apesar do que havia acontecido com o império.

Um poeta grego antes observava a respeito das conquistas romanas. "A Grécia cativa tornou cativo o seu selvagem captor". Ou seja, embora os estados gregos tivessem sido dominados, os romanos triunfantes haviam sido cativados pela civilização grega"

Algo parecido aconteceu quando o império romano chegou ao fim.

Haveria um Império Romano com base no Bizâncio por quase 1000 anos, e até 1800 houve na Europa um "santo império romano".

Grande parte do mapa da Europa ainda tem a forma que os romanos lhe deram quando colocaram as guarnições e construíram as estradas.

Hoje as contribuições não materiais são mais óbvias como a linguagem. (as línguas européias estão cheias de palavras grega e latinas)

Nossa maneira de contar e dividir também vieram do mundo grego. A divisão dos dias em 365 dias foi adotada por Julio César de um egípcio grego Alexandrino.

Foi com Constantino que tornou acerto a idéia judaica de uma dia sabatico a cada 7 dias, o domingo.

A antiguidade clássica se transformou num mito do que a civilização poderia e a humanidade deveria ser.

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